A um ano do início da campanha para as eleiçõesmunicipais, o PSL — partido do presidente Jair Bolsonaro — começa a discutir medidas para evitar novos constrangimentos, como as denúncias de uso decandidaturas laranjas e as disputas internas, com integrantes da legenda atacando o próprio governo e votando contra a orientação do Planalto.
O presidente Jair Bolsonaro agendou uma reunião com Luciano Bivar,
que comanda o PSL nacional, para a próxima quinta-feira, no Palácio do
Planalto, para tratar desses temas.
No início do ano, Bolsonaro cogitou deixar o partido. Segundo
aliados, desistiu da mudança por entender que qualquer legenda poderia
apresentar problemas.
Na intenção de “mudar a cara” do PSL, um grupo de filiados tenta
convencer Bivar a alterar, inclusive, o nome do partido. A ideia é fazer
um concurso online para escolher, entre a militância, qual nomenclatura
adotar e também o logotipo mais adequado. O objetivo é criar uma imagem
alinhada às ideias conservadoras nos costumes e liberais na economia.
As iniciativas, no entanto, esbarram na resistência do presidente da
legenda, que nega as mudanças.
Apesar de não ter afastado do governo o ministro do Turismo, Marcelo
Alvaro Antônio —alvo de suspeitas de que teria articulado um esquema de
candidaturas laranjas em Minas Gerais, no ano passado —, Bolsonaro deve
cobrar de Bivar a adoção na legenda de regras de compliance , normas internas de conduta.
Desde fevereiro, a Polícia Federal e o Ministério Público Eleitoral
investigam o PSL pelo uso de candidatas de fachada para desvio de
recursos do fundo eleitoral. O primeiro caso revelado foi o do diretório
de Minas Gerais, comandando por Alvaro Antônio durante as eleições do
ano passado.
Em junho, a PF prendeu temporariamente Mateus Von Rondon, assessor
especial do ministro, sob suspeita de envolvimento no esquema. Dias
depois, ele foi solto e mantido no cargo. Já no Ceará, o presidente da
legenda, Heitor Freire, exonerou Diego Cavan Marques da presidência da
Comissão Provisória de Massapê, ao descobrir que ele usava tornozeleira
eletrônica após ser sentenciado por apropriação indébita. Ele foi
retirado da função em 29 de junho e não está mais filiado ao PSL.
Segundo fontes do partido, o presidente também vai aproveitar a
reunião para pedir a Bivar que afine o discurso com a bancada do PSL na
Câmara, evitando novas dissidências nas votações e críticas ao governo. A
aliados, Bolsonaro demonstrou incômodo com constantes ataques que vem
sofrendo de parlamentares do PSL que, segundo ele, teriam sido eleitos
na esteira de sua popularidade. Na avaliação do presidente, Bivar pode
convencer os deputados federais a amenizar as críticas ao governo.
Esse novo é uma graça.
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