Uma rebelião liderada por integrantes da facção paulista Primeiro
Comando da Capital (PCC) deixou dez detentos mortos e outros 12 feridos
no domingo, 16, na penitenciária de San Pedro, Paraguai. Cinco vítimas
foram decapitadas, três tiveram os corpos carbonizados e duas morreram
baleadas, segundo a Polícia Nacional do Paraguai.
Conforme o Ministério do Interior daquele país, os brasileiros
entraram em confronto com presos da facção local Clã Rotela, em briga
pelo comando da prisão. Autoridades de Assunção admitem que o PCC já
controla grande parte do sistema penitenciário paraguaio.
Segundo o ministro do Interior, Juan Maria Villamayor, os presos
chefiados pelo criminoso Armando Rotela foram atacados a tiros e golpes
de facas artesanais pelos membros do PCC. Os agentes penitenciários
acionaram a Polícia Nacional após ouvirem disparos no interior da ala.
No confronto, alguns presos foram enrolados em colchões e
incendiados. A polícia negociou a entrada no presídio para socorrer
feridos. Entre os mortos já identificados, todos tinham eram paraguaios e
tinham entre 22 e 30 anos.
Conforme Villamayor, o massacre está relacionado ao assassinato de
dois detentos, na sexta-feira, no presídio de Tacumbú, em Assunção. Na
ocasião, membros do PCC executaram dois presos e deixaram outro ferido,
durante ‘batismo de sangue’ realizado pela facção para admitir novos
integrantes. As vítimas seriam do clã Rotela. Dois presos envolvidos
nessas mortes foram transferidos para San Pedro e, ao encontrarem a
facção rival, houve confronto.
Na noite de domingo, houve nova rebelião na Penitenciária de Tacumbú,
onde Rotela estava preso. O traficante teria tentando amotinar seus
seguidores para se vingar do massacre de membros do clã em San Pedro. O
motim foi controlado e dois ficaram feridos.
Na manhã desta segunda, o ministro da Justiça, Julio Javier Ríos,
anunciou a destituição do diretor do presídio de San Pedro, Wilfrido
Quintana, e do diretor de Estabelecimentos Penitenciários, Blaz
Martínez. Segundo ele, as primeiras apurações indicam que as recentes
matanças em unidades prisionais do país podem ter acontecido por causa
da negligência ou cumplicidade dos agentes penitenciários, com a omissão
dos dirigentes.
Caso grave na pauta.
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