O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta
quarta-feira, 12, que a “razão venceu a emoção” nos debates em torno da
reforma da Previdência na Casa e destacou que quem está dando a solução
para os problemas do País são os deputados. Ele agradeceu ainda o
esforço feito pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, nas negociações.
“É demonstração que a Câmara entende seu papel e sua responsabilidade
no momento em que o País enfrenta dificuldades”, disse. Maia falou a
líderes partidários e a jornalistas em uma reunião para a apresentação
dos pontos gerais que são apresentados pelo relator da reforma da
Previdência, Samuel Moreira (PSDB-SP).
Maia destacou o papel de Paulo Guedes no processo de convencimento
dos parlamentares em torno da proposta. “A Câmara recebeu proposta (de
reforma) encaminhada por Paulo Guedes em fevereiro. Talvez Guedes seja
um dos poucos ministros que dialoga com parlamento. Ele tem tentado
colaborar nesse diálogo fundamental para consolidação da democracia”,
disse.
Maia voltou a fazer um apelo para que os governadores que defendem a
aprovação das reforma previdenciária convençam os deputados de suas
bases aliadas a garantirem votos a favor da aprovação da proposta.
“Governadores precisar sinalizar de forma clara para sociedade e isso só
vai ser feito quando ficar transparente quando os deputados ligados aos
governadores garantirem que vão votar pela reforma da Previdência”,
disse.
Maia fez questão de abrir a coletiva fazendo um agradecimento público
ao deputado Arthur Maia (DEM-BA), pelo trabalho feito por ele na
legislatura passada. Arthur Maia foi relator da reforma de Michel Temer.
“Arthur Maia votou quando tema da reforma tinha rejeição maior que tem
hoje.” “Desde minha reeleição, falei da necessidade de reorganizar
despesas do Estado brasileiro. A dificuldade com regra de ouro é prova
que Estado perdeu capacidade de investir”, afirmou o presidente da
Câmara.
Maia também criticou os altos salários pagos aos servidores públicos e
o atingimento rápido do topo das carreiras. “Categorias não têm mais
carreira, sobem muito rápido. A disputa hoje não é mais pelo teto, mas
sim pelo extra-teto. As carreiras precisam ser novamente carreiras
típicas de Estado”, disse.
Capitalização
Maia sinalizou que o regime de capitalização será retirado da
proposta de reforma da Previdência em análise pela Casa por falta de
apoio entre os parlamentares. De acordo com ele, a questão deverá voltar
a ser discutida no segundo semestre.
“Não temos consenso ainda em torno do tema da capitalização. O mais
importante é garantir a economia próxima a R$ 1 trilhão. O que
pretendemos é, no início do 2º semestre, retomar o debate da
capitalização”, disse.
Maia, no entanto, afirmou que não há rejeição à matéria, mas destacou
que é preciso mais tempo e calma para discuti-la. “Vamos debatê-la no
segundo momento para criar a capitalização com regras claras, com
contribuição patronal obrigatória, entre outros pontos”, disse. A medida
era um dos principais pontos defendidos pelo ministro Paulo Guedes.

Rodrigo Maia.
Estadão Conteúdo
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