Líderes partidários que estiveram no Palácio do Planalto na tarde desta
terça-feira contaram que o presidente Jair Bolsonaro fez uma ligação na
qual teria pedido para suspender o
bloqueio
de recursos na Educação. Logo depois, porém, o governo negou que tenha recuado nos
cortes
. Estavam presentes os líderes do Patriota, Novo, Cidadania (PPS), PSL e PSC, entre outras legendas.
— O presidente anunciou para oito líderes de partidos. Nós fizemos um
apelo para que o ministro da Educação não cortasse. Ele ligou para o
ministro e falou: 'Não vamos cortar'. Falou que não há necessidade de
fazer esse corte agora — disse José Nelto (GO), líder do Podemos na
Câmara.
Pouco depois da ligação, que alguns dos presentes entenderam ter sido diretamente ao ministro da Educação,
Abraham Weintraub
, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, entrou na sala. Ele estava
com a fisionomia visivelmente irritada, relata o líder do Patriota, Fred
Costa (MG).
— Na hora em que eu cheguei, o clima não estava bom, não. Venhamos e
convenhamos que isso não era dia para visitar presidente, para celebrar
uma derrota (a convocação do ministro para depor na Câmara, aprovada
mais cedo nesta terça-feira). Não sei o porquê dessa reunião com seis
partidos depois de tomar uma pancada dessas. Aí a emenda ficou pior do
que o soneto.
O Ministério da Educação nega que Weintraub tenha falado com Bolsonaro
por telefone, como sugere o relato dos líderes. A Casa Civil divulgou
uma nota. "Não procede a informação de que haverá cancelamento do
contingenciamento no MEC. O governo está controlando as contas públicas
de maneira responsável", diz o texto da pasta de Onyx Lorenzoni.
Ministro da Educação na pauta.
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