O candidato derrotado à Presidência Fernando Haddad (PT) disse que o
presidente Jair Bolsonaro “vive num mundo paralelo” e que, além de
cortes em setores essenciais como educação e saúde, sua “única medida
concreta foi o fim do horário de verão”. Nesta sexta-feira, 10, Haddad
esteve no Rio de Janeiro, onde à noite participou de um evento em defesa
da educação pública, na Cinelândia (região central).
“Bolsonaro não toma uma única medida que traga alguma esperança ao
povo brasileiro. A única medida concreta que ele anunciou até agora foi o
fim do horário de verão. O resto é aumento de diesel, aumento da
gasolina, corte da Previdência, corte da educação, corte da saúde”,
afirmou Haddad.
“O presidente só faz agradar a bandeira e o presidente
norte-americano, em vez de prestar contas do que pretende fazer com
nosso País”, criticou o petista. “Bolsonaro tem problemas graves, e não
falo dos problemas pessoais e familiares, falo dos problemas que afetam a
vida nacional. Ele tem problemas filosóficos, sociológicos e
psicológicos. Ele vive num mundo paralelo. Aquele astrólogo manda
mensagens para ele e é de lá que o País está sendo governado”, disse,
referindo-se a Olavo de Carvalho, que mora nos Estados Unidos.
O ato teve a participação de vários outros políticos de esquerda,
como os deputados federais Marcelo Freixo (PSOL-RJ), Jandira Feghali
(PCdoB-RJ) e Benedita da Silva (PT-RJ). Ao discursar, todos eles
ressaltaram que na próxima quarta-feira, 15, está planejada uma greve
nacional de educação, organizada por diversas entidades ligadas ao tema.
“Bolsonaro disse hoje que semana que vem vai ter um tsunami no
governo dele. Não sei a que ele se refere. Ele não estava se referindo à
educação, mas o maior tsunami que ele vai sofrer no governo é o da
educação. Enquanto ele não devolver para o MEC cada centavo que ele
tirou na semana passada, não vamos sair das ruas. Os estudantes sabem o
que está em jogo”, criticou Haddad, referindo-se aos cortes anunciados
pelo Ministério da Educação nas verbas destinadas principalmente às
universidades. “No dia 15 vamos à rua gritar ‘tire as patas da educação,
Bolsonaro'”, completou o petista.
Witzel é alvo de críticas
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), também foi alvo
de muitas críticas dos políticos que discursaram, como o deputado
Freixo: “Witzel, você é um covarde. Você estava naquela cena patética em
que rasgaram a placa da Marielle, uma das cenas mais racistas e
covardes que o Rio de Janeiro já viu. Agora você ameaça cassar uma das
sementes da Marielle. Você não vai conseguir cassar o mandato da Renata
Souza”, disse Freixo, referindo-se à apresentação de um pedido de
cassação da deputada estadual Renata Souza (PSOL), que denunciou Witzel à
Organização das Nações Unidas (ONU) por conta de sua política de
segurança.
“Você é muito valente caçando de cima de um helicóptero, atirando em
gente pobre que está embaixo. Não é dessa valentia que o Rio de Janeiro
está precisando. A gente queria ver sua valentia para enfrentar as
milícias, que você não tem coragem de enfrentar”, continuou Freixo.
A reportagem procurou a assessoria de Witzel, na noite desta
sexta-feira, para que se pronunciasse sobre as afirmações de Freixo, mas
não conseguiu contato até a publicação deste texto.
Haddad na pauta...
Estadão Conteúdo
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