Os deputados estaduais assinaram na manhã desta terça-feira (7) uma
moção de repúdio contra os cortes nas instituições federais de ensino.
Na sessão plenária da Assembleia Legislativa eles criticaram a medida
anunciada pelo Governo Federal e requerem que o Executivo volte atrás do
corte. Na próxima quinta-feira (9), a Comissão Parlamentar de Educação
ouvirá representantes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
sobre o assunto.
“A minha vida e a vida de milhares de pessoas foram completamente
transformadas por causa da educação. É inadmissível esse corte, ainda
mais por motivações políticas, a de retaliar essas instituições, que
segundo o Governo promovem balburdias”, disse o deputado Kelps Lima
(SDD).
O deputado José Dias concordou com Kelps, mas ressaltou a necessidade
de realinhar o orçamento federal. Para ele, cortes devem ser feitos em
muitas áreas. Já o deputado Hermano Morais (MDB), autor da moção de
repúdio assinada pelos parlamentares, a decisão do Governo é prejudicial
ao país e precisa ser revista.
Em seu pronunciamento, a deputada estadual Isolda Dantas (PT)
apresentou dados que demonstram a importância das instituições federais.
Segundo ela, dois terços dos alunos que estão nas universidades são
filhos de famílias que ganham até 1 salário mínimo e meio. O Brasil está
no 13º lugar em produção científica. Atualmente, 41 mil alunos fazem
parte da UFRN, Universidade Federal do Semiárido (UFERSA) e dos 21
Institutos Federais (IFRNs).
“A reitora da UFRN disse que se os cortes permanecerem inviabiliza o
funcionamento da universidade”, conta a deputada. Nos IFRNs, o corte
será de R$ 26 milhões e da UFRN, um terço do orçamento será reduzido.
Em aparte, Dr. Bernardo (Avante) repudiou os cortes e também contou sua
história de transformação através da educação. “Fui estudante da antiga
ETFRN, hoje IFRN, e estudei na Universidade Federal. Hoje sou médico
por causa disso”, disse ele. Nelter Queiroz (MDB) disse que o Governo
não está agradando e que a atitude de cortar na educação é “ridícula”.
Dr. Bernardo foi um dos mais duros no debate.
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