Encurralado pelo presidente Jair
Bolsonaro, que, nesta sexta, 5, disse que sua gestão não estão “dando
certo”, o ministro Vélez Rodríguez sofreu novo revés, desta vez, da
Procuradoria da República no Distrito Federal. Em recomendação enviada à
sua pasta, o Ministério Público Federal se manifesta contra a carta
enviada em fevereiro às escolas com orientação para que crianças fossem
filmadas cantando o Hino Nacional e que fosse lido slogan do governo
Jair Bolsonaro, “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”. Dias após a
divulgação da medida, o ministro recuou em sua orientação.
Na manhã desta sexta, 8, Bolsonaro fez críticas à administração de Rodríguez à frente da pasta.
O Ministério Público Federal pede que o ministro se abstenha “de
fazer uso de qualquer espécie, institucional ou não, das gravações e
imagens de alunos encaminhadas pelas escolas ao Ministério da Educação”.
Outra recomendação é contra “manifestar, praticar atos e promover
políticas públicas que violem a laicidade do Estado e sobreponham dada
religião em detrimento de outras”.
A Procuradoria ainda requer ao ministro que se “abstenha de praticar
atos e promover políticas públicas que desrespeitem estudantes
agnósticos e ateus, como submetê-los à louvação da figura de Deus”.
Também recomenda que o ministro “se abstenha de praticar atos e
promover políticas públicas que possam provocar tratamento vexatório ou
constrangedor de crianças e adolescentes’ e que deixe de “praticar atos
ou adotar medidas sem prévia análise jurídica e técnica da área
responsável no Ministério da Educação”.
Os atos, segundo o Ministério Público Federal, violam a “impessoalidade administrativa”.
De acordo com a Procuradoria, a recomendação “foi motivada após o MPF
instaurar procedimento para apurar possível improbidade cometida pelo
ministro ao enviar uma carta a escolas de todo o país”. “Na
correspondência, Vélez estimulava as escolas a perfilar os estudantes
perante a bandeira para executar o hino nacional e, após esse momento,
ler uma mensagem contendo o slogan da campanha eleitoral de Jair
Bolsonaro. Além disso, a orientação consistia na captação de imagens do
evento para que fossem encaminhadas ao governo federal”.
O Ministério Público Federal diz a Rodríguez que, como rege a
Constituição Federal,”é objetivo fundamental da República Federativa do
Brasil construir uma sociedade livre e promover o bem de todos sem
preconceito e quaisquer outras formas de discriminação”, e que “ninguém
será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude
de lei”.
Essa já caiu...
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