Uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado apontou que 10, das 167
prefeituras do Rio Grande do Norte, têm mais servidores temporários que
efetivos. É o caso de Maxaranguape, por exemplo, que conta com 68% do
quadro composto por esse tipo de servidor. O relatório aponta 26.452
temporários nas prefeituras, conforme dados de abril de 2018, o que
representa uma média de 22% do total de 121.179 servidores. A soma das
despesas chega a R$ 43 milhões.
Além disso, foram encontrados casos de servidores que já estão há mais
de 10 anos no cargo, mesmo sem concurso. De acordo com o relatório, um
número tão alto de temporários e de tempo dos contratos aponta para uma
"desvirtuação" desse tipo de mecanismo.
Para a Diretoria de Despesa com Pessoal do órgão, há excesso de
contratos temporários e em muitos casos a finalidade da contratação
temporária de pessoal foi desvirtuada, porque deixou de ser um
instrumento excepcional para se tornar corriqueiro.
“Ora, a situação apresentada é nitidamente incompatível com a regra
geral de preenchimento de cargos públicos, que é o provimento efetivo
por meio de concurso público, garantindo desta forma os princípios
constitucionais esculpidos no artigo 37 da Constituição Federal, em
especial o da legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência”,
justifica o relatório.
Considerando a média salarial dos servidores temporários de R$ 1.640,77
(com base nos dados brutos de abril de 2018 analisados pela equipe de
auditoria), os 26.452 servidores contratados temporariamente pelas
prefeituras representam, aproximadamente, uma despesa mensal de R$ 43
milhões.
Também foi possível apontar o tempo médio de permanência dos
contratados temporariamente. Foram constatadas ocorrências de situações
que ultrapassaram "limites temporais razoáveis". Do total de prefeituras
analisadas no estado, 52 apresentam servidores contratados
temporariamente que estão em atividade há mais de 12 meses; além disso,
26 prefeituras contavam com contratos que já estavam em vigor há mais de
24 meses.
Há casos, porém, de servidores com mais de 10 anos em cargos
temporários. O relatório explica que os contratos temporários devem ter
datas de início e final já estabelecidas no momento da contratação,
podendo ser prorrogados a depender da manutenção do estado de
excepcionalidade.
É comum que os contratos temporários sejam firmados com o prazo de seis
meses ou de um ano, renovável por igual período, sendo necessário, em
todo caso, que norma específica regulamente a temática e balize os
limites mínimos e máximos de tal situação.
Como aponta a equipe técnica, o levantamento realizado servirá de base
para futuras fiscalizações, para averiguar em processos específicos a
legalidade da contratação temporária de pessoal.
Prefeituras que têm mais servidores temporários que efetivos
- Maxaranguape - 68%
- Vila Flor - 63%
- Caraúbas - 59%
- Pedra Grande - 59%
- Espirito Santo - 58%
- Serrinha - 58%
- Lagoa Salgada - 57%
- Lagoa de Pedras - 56%
- Brejinho - 54%
- Barcelona - 51%
Cabide de emprego né Toin.
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