O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou nesta terça-feira
(26), em São Paulo, a uma plateia de empresários, que o presidente Jair
Bolsonaro (PSL) não é uma ameaça à democracia.
“Quero deixar claro que Jair Bolsonaro não é e nem nunca será uma
ameaça à democracia. Tem um enorme compromisso com as instituições.
Vamos enfrentar o que precisa ser enfrentado. Vamos marcar nossa gestão
por eficiência e zero corrupção”, disse Mourão em evento promovido pela
Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp).
Mourão definiu Bolsonaro como um “estadista” e disse que o governo
terá que enfrentar medidas impopulares para que o país cresça no longo
prazo.
“Quero enfatizar que ele é um estadista, que ele não está pensando
nas próximas eleições, mas nas próximas gerações. Quando terminarmos o
governo e entregarmos a faixa presidencial em 2023, gostaríamos muito
que a nossa população estivesse vivendo aquilo que o presidente
Roosevelt chamou das 4 grandes liberdades humanas: liberdade de
expressão, de religião, de não sermos forçados a fazer o que não
queremos e a liberdade de não termos medo.
‘Pedradas’
O vice-presidente disse que embora sua experiência política seja
mínima, acredita que o “bom senso” deve prevalecer e que faz parte do
jogo político “levar pedradas”. Ele ainda defendeu diálogo com o
Congresso para que reformas como a da Previdência possam ser aprovadas.
“Temos um preço para pagar no curto prazo. Nosso governo vai ter que
enfrentar as medidas impopulares. Na instituição que eu servi durante 46
anos a gente sempre dizia: o comandante não tem que ser aplaudido no
pátio. O comandante tem que tomar decisões. Então nós teremos que tomar
decisões para que o país progrida no longo prazo. Por isso, temos que
colocar na cabeça das pessoas que abdiquem a ideia de que o estado pode
tudo. Roda a maquininha lá e produz o dinheiro”, disse.
“Convencer a população que eles também têm obrigações e não apenas
direitos. Temos que trabalhar isso dentro do nosso Congresso. É um
trabalho de paciência e diálogo. O Congresso representa a população
brasileira. Nós temos que dialogar com eles, não fugir ao diálogo. Vai
levar pedrada? Vai levar pedrada. Faz parte da vida politica, e todos
aqui sabem muito bem que a minha experiência politica é baixíssima. Mas o
bom senso tem que sobreviver nessas horas”, completou.
Reforma tributária
O discurso de Mourão durou cerca de 20 minutos e encerrou o evento. O
vice-presidente foi aplaudido diversas vezes pelo público – que pode
ser resumido a uma boa parcela do PIB brasileiro – principalmente quando
defendeu a reforma tributária.
“Temos que abrir a economia ao comércio mundial, mas eu tenho dito em
todos os fóruns, se não organizarmos o sistema tributário, uma abertura
da noite para o dia no nosso país vai acabar com a indústria. As
senhoras e senhores sabem disso. Sempre recorro ao que Geisel falou: tem
quer lenta, gradual e segura”, defendeu.
Venezuela
Durante sua fala, Mourão não poupou críticas aos governos anteriores e
a política internacional. Sobre a questão da Venezuela, afirmou temer
que “o conflito do tempo da Guerra Fria tenha sido atraído para o nosso
subcontinente. Duas potências estão brigando pela Venezuela. O Brasil
tem que saber se posicionar nisso daí” – disse, sem detalhar o
posicionamento do país.
Jantar
Depois do evento na Fiesp, o presidente da entidade, Paulo Skaf vai
oferecer um jantar a Mourão com a presença de 30 empresários de
diferentes setores. Na pauta, as reformas da Previdência e a tributária.
Mourão na pauta.
G1
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