Insatisfeitos com a falta de interlocução com o Palácio do Planalto,
deputados impuseram nesta terça-feira, 19, a primeira derrota ao governo
na Câmara. Eles aprovaram um projeto que susta os efeitos do decreto
editado pelo vice-presidente Hamilton Mourão em janeiro que ampliou a
funcionários comissionados e de segundo escalão o poder de impor sigilo a
documentos públicos. A votação foi simbólica. O texto segue agora para
análise do Senado.
A proposta foi incluída na pauta de votações desta terça a pedido do
líder do PP, Arthur Lira (AL), durante reunião de líderes realizada
nesta manhã. Segundo relatos de deputados, o líder do governo na Câmara,
major Vitor Hugo (PSL-GO), chegou a pedir para que a proposta não fosse
incluída na pauta mas foi derrotado por seus colegas.
Antes da aprovação do mérito do projeto de decreto legislativo, a
Casa aprovou a urgência da proposta por ampla maioria. Foram 367 votos a
favor, 57 contrários e 3 abstenções. Durante a discussão sobre a
matéria, o PSL foi um dos únicos partidos que defendeu o decreto de
Mourão. O presidente da sigla, deputado Luciano Bivar (PE), no entanto,
votou a favor da urgência, assim como o deputado Coronel Tadeu (PSL-SP).
Outros 50 deputados da legenda votaram contra a urgência.
Logo depois da aprovação da urgência, o PSL apresentou um
requerimento para retirá-lo de pauta sob a alegação de que era preciso
mais tempo para debatê-lo e esclarecer o seu conteúdo junto aos
parlamentares. Mais uma vez, o plenário impôs derrota e manteve o
projeto na pauta.
Vitor Hugo minimizou a derrota. “Não é uma derrota. O PSL pode se
manifestar como quiser, é um partido independente do governo, embora
seja a base angular. Mas o governo liberou a bancada porque entende que o
Parlamento é soberano. Para a gente o resultado está tranquilo. No
mérito, o governo não interpreta isso como uma derrota”, disse.
Cuidado Bolsonaro.
Estadão Conteúdo
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