O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, o oposicionista
Juan Guaidó, pediu nesta sexta-feira (11) o apoio de cidadãos, dos
militares e da comunidade internacional para assumir o comando do
Executivo. Para ele, que pretende convocar novas eleições, o poder foi
“usurpado” por Nicolás Maduro, que iniciou um novo mandato nesta quinta.
“A Constituição me dá legitimidade para exercer o cargo de
Presidência da República, para convocar eleições, mas preciso do apoio
dos cidadãos para tornar isso uma realidade”, disse o deputado a algumas
centenas de pessoas que se concentraram no leste de Caracas para
denunciar a “ilegitimidade” de Maduro.
“Devem ser o povo da Venezuela, as Forças Armadas, a comunidade
internacional que nos levam a assumir claramente o mandato que não vamos
deixar escapar, que vamos exercer”, acrescentou.
A Assembleia Nacional, de maioria oposicionista, continua
funcionando, mas teve seus poderes esvaziados por Maduro quando este
convocou uma Assembleia Constituinte, em 2017, para a qual se elegeram
apenas seus apoiadores, e que se sobrepõe à outra casa legislativa.
Guaidó pediu que a população se mobilize em todo o país em 23 de
janeiro contra o governo de Nicolás Maduro. O oposicionista citou
artigos da Constituição que lhe dariam legitimidade para desafiar o
atual presidente, empossado sob protestos e forte questionamento da
comunidade internacional.
Guaidó disse que a Assembleia Nacional vai seguir a Constituição
venezuelana e, nesse sentido, vai assumir “os poderes do gabinete de uma
Presidência da República”, ressaltando, no entanto, que um mero decreto
não será suficiente para tirar Maduro do poder.
Um dos artigos citados pelo deputado é o 350, que estabelece que “o
povo da Venezuela, fiel à sua tradição republicana, à sua luta pela
independência, paz e liberdade, não tomará conhecimento de nenhum
regime, legislação ou autoridade que contradiga os valores, princípios e
garantias democráticos ou mine os direitos humanos”, segundo informa o
jornal local “El Universal”.
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, Luis
Almagro, um crítico contundente do regime de Maduro, prontamente chamou
Guaidó de “presidente interino” da Venezuela no Twitter.
A OEA aprovou nesta quinta uma declaração em que não reconhece a
legitimidade do novo mandato de Nicolás Maduro na Venezuela. A aprovação
aconteceu logo após Maduro tomar posse.
Líder do congresso.
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