Flávio Bolsonaro, senador eleito pelo PSL-RJ, disse à
TV Record que a compra de um apartamento é a explicação para as
movimentações “atípicas” de sua conta corrente detectadas pelo Conselho
de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
As informações da entrevista concedida ao programa Domingo Espetacular foram antecipadas pelo portal R7.
Segundo o parlamentar, o pagamento de um título de R$ 1.016.839
se refere à compra de um apartamento – o valor corresponde à quitação
do financiamento, que teve as primeiras parcelas pagas diretamente à
construtora. Ao vender depois o imóvel, explicou, recebeu uma quantia em
dinheiro e fez os 48 depósitos de 2.000 reais em sua própria conta, por
ser o valor máximo possível no caixa eletrônico da Assembleia
Legislativa do Rio de Janeiro, unidade escolhida para os aportes por ser
seu local de trabalho, segundo justificou.
Ainda segundo o senador, ele vendeu o apartamento por 2,4 milhões de
reais e recebeu uma quantia da transação em dinheiro. Dessa forma, ele
fez 48 depósitos, sendo cada um de R$ 2 mil — limite do banco —, para a
própria conta. “Tentam de uma forma baixa insinuar que a origem
desse dinheiro tem a ver com um ex-assessor meu ou terceiros. Não tem.
Explico mais uma vez. Sou empresário. E o que ganho na minha empresa é
muito mais que como deputado. Não vivo só do salário de deputado”,
declarou.
As suspeitas sobre as movimentações de Flávio foram reveladas pelo Jornal Nacional, da TV Globo.
Na entrevista à Record, Flávio Bolsonaro declarou que não pediu foro
privilegiado ao Supremo Tribunal Federal, mas que apenas reclamou ao
tribunal que decidisse o foro competente para o seu caso.
Queiroz
As operações na conta do senador eleito são semelhantes às
feitas por Fabrício Queiroz, seu ex-assessor, que movimentou 1,2 milhão
de reais em transações suspeitas entre janeiro de 2016 e janeiro de
2017, como revelou o jornal O Estado de S. Paulo.
A investigação sobre a movimentação financeira de Queiroz foi
iniciada há seis meses e tem como foco de apuração a suspeita de prática
de lavagem de dinheiro ou “ocultação de bens, direitos e valores” no
gabinete do filho do presidente na Alerj.
O documento foi produzido por técnicos do Coaf há um ano, em janeiro
de 2018, e anexado aos autos da Operação Furna da Onça – que em novembro
do ano passado prendeu dez deputados estaduais do Rio suspeitos de
receberem propina.
Na última quinta-feira, 17, o vice-presidente do Supremo Tribunal
Federal (STF), ministro Luiz Fux, atendeu a um pedido de Flávio
Bolsonaro e determinou a suspensão da investigação.
O relator do caso, Marco Aurélio Mello, vai analisar a reclamação do
senador eleito e já indicou que deve negar o pedido após o fim do
recesso do Judiciário.
Detalhe: Não é fácil acreditar nessa conversa...
É sério isso?
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