A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) ter encontrado elementos de que o presidente Michel Temer recebeu repasses da Odebrecht que configuram o crime de corrupção passiva.
A TV Globo tentava contato com a defesa de Temer até a última atualização desta reportagem. Desde que foi incluído no inquérito, que apura repasses da construtora a políticos do MDB, o presidente tem reafirmado que não cometeu irregularidades.
A manifestação de Raquel Dodge sobre o presidente está em um documento
no qual a procuradora pede para o inquérito ser enviado à Justiça
Federal do Distrito Federal, não para a Justiça Eleitoral, como determinou o ministro Edson Fachin.
Também são investigados no inquérito os ministros Eliseu Padilha (Casa
Civil) e Moreira Franco (Minas e Energia), ambos do MDB.
Procurado, o advogado de Moreira Franco, Antonio Sérgio Pitombo,
afirmou: "O recurso da PGR contraria a jurisprudência firmada do
Supremo. É mais uma prova do uso político da persecução penal em face do
Ministro Moreira Franco".
Daniel Gerber, advogado de Eliseu Padilha, declarou: "Não existe sequer
hipótese de corrupção nos autos, e todos os delatores são claros em
afirmar que jamais receberam solicitações em tal sentido. Espera-se,
portanto, que tal ponto, de caráter exclusivamente especulativo, não
seja aceito pela Suprema Corte como causa de decidir".
Suspensão do inquérito
Fachin decidiu suspender o inquérito atendendo a um pedido
de Raquel Dodge. A procuradora argumentou que as investigações sobre
Temer deveriam ficar paradas até o fim do mandato por não terem relação
com o atual mandato.
O inquérito se refere a um jantar no Palácio do Jaburu em maio de 2014
(quando Temer era vice-presidente) no qual, segundo delatores, Temer
acertou o repasse ilícito de R$ 10 milhões da Odebrecht ao MDB, o que ele nega.
PGR na pauta...
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