O futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS),
abandonou entrevista coletiva nesta sexta-feira, 7, quando foi
questionado sobre a movimentação financeira atípica de mais de 1,2
milhão de reais feita por um ex-motorista do deputado estadual do Rio de
Janeiro Flávio Bolsonaro, filho do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e senador eleito. O relatório foi feito pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Onyx
questionou o papel da Coaf – órgão ligado ao Ministério da Fazenda e
que será transferido para a pasta da Justiça no governo Bolsonaro – nas
investigações dos escândalos do mensalão e da Petrobras e subiu o tom de
voz com um repórter após a pergunta sobre a origem do dinheiro apontado
no relatório. “Onde é que estava o Coaf no mensalão? Onde é que estava o
Coaf no petrolão? Esse é o ponto”, disse. “Eu sou o investigador? Não.
[…] Quanto o senhor recebeu esse mês [perguntou ao repórter]? Não tem a
menor relevância a sua pergunta”, completou, antes de deixar a
entrevista em um evento empresarial em São Paulo.
A
investigação na qual o ex-motorista do filho de Bolsonaro está envolvido
faz parte da Operação Furna da Onça, um desdobramento da Lava Jato no
estado do Rio de Janeiro que já prendeu dez deputados estaduais. Segundo a Polícia Federal, o objetivo é investigar “a participação de parlamentares do Rio de Janeiro em
esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e loteamento de cargos
públicos e mão de obra terceirizada em órgãos da administração
estadual”.
O relatório
do Coaf, que foi usado pela operação, aponta “movimentação financeira
atípica” de Fabrício José Carlos de Queiroz no valor de 1,233 milhão de
reais entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, o que seria incompatível
com sua renda de 23.000 reais mensais como servidor da Assembleia
Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) – ele foi motorista de Flávio
Bolsonaro até outubro deste ano.
Esse vai cair antes da posse.
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