Às vésperas de o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, desembarcar no Cairo para
visita oficial, o governo do Egito cancelou o compromisso por causa da
decisão do presidente eleito, Jair Bolsonaro, de transferir a embaixada
brasileira em Israel para Jerusalém. O cancelamento foi confirmado pelo gabinete de Nunes Ferreira, em Brasília.
A decisão chegou a Brasília acompanhada de desculpa
corriqueira na diplomacia: problemas de agenda. Mas o recado foi
absorvido pelo ministério em sua versão real: a mudança da embaixada
para Jerusalém equivale ao reconhecimento da soberania de Israel sobre a
cidade sagrada. Essa posse não é reconhecida pelas Nações Unidas e tem sido um dos temas de disputa com a Autoridade Palestina, que demanda Jerusalém Oriental como sua capital.
A confirmação de Bolsonaro provocou o enfurecimento dos países árabes,
que constituem um dos principais mercados para os produtos brasileiros e
com os quais o Brasil mantém uma miríade de acordos de cooperação.
Detalhe: O Brasil vai ser o cachorrinho de estimação dos EUA.
Ministro negativado no Egito.
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