O chefe de Polícia Civil do Rio, delegado Rivaldo Barbosa, rebateu as
acusações feitas pelo miliciano Orlando de Oliveira Araújo, o Orlando
Curicica, que está preso na Penitenciária Federal de Mossoró (RN), em
entrevista ao jornal O Globo, em que acusa a Polícia Civil do Rio de não
ter interesse em elucidar o caso Marielle.
Além de rebater as acusações do miliciano, o delegado-chefe também
prometeu resolver o duplo homicídio de Marielle Franco e Anderson Gomes
em pouco tempo: “Dentro desse propósito, o chefe de Polícia Civil
garante: o caso Marielle e Anderson está muito próximo de sua
elucidação”.
Integrantes da corporação, incluindo até o chefe de Polícia Civil,
delegado Rivaldo Barbosa, teriam montado, segundo ele, uma “rede de
proteção” aos “capos” da contravenção envolvidos em assassinatos.
A mesma denúncia constaria de depoimento de Curicica à
Procuradoria-Geral da República (PGR), que já avaliava a possibilidade
de federalizar a investigação há cerca de um mês.
Barbosa repudiou, em nota, “a tentativa de um miliciano altamente
perigoso, que responde a 12 homicídios, de colocar em risco uma
investigação que está sendo conduzida com dedicação e seriedade”.
O chefe de Polícia Civil diz ainda no texto que “ao acusado foram
dadas amplas oportunidades pela Polícia Civil para que pudesse colaborar
com as investigações do duplo homicídio dentro do estrito cumprimento
da lei”.
Além de investigado no caso Marielle e Anderson, o miliciano foi
indiciado pela Delegacia de Homicídios da Capital por 10 assassinatos e é
também acusado de outras duas mortes e ocultação de cadáver, crimes
apurados pela Delegacia de Descoberta de Paradeiros.
Rivaldo Barbosa disse que a transferência do preso para uma unidade
federal foi determinada pelo Poder Judiciário por conta de outro
processo, anterior ao de Marielle e Anderson, devido à sua alta
periculosidade.
O delegado explicou na nota, “que não causam surpresa as ilações
feitas pelo preso, tendo em vista que, historicamente, chefes de
organização criminosa, notadamente milícias, utilizam-se desse artifício
para desmoralizar e desacreditar instituições idôneas e seus membros”.
Rivaldo Barbosa falou também da seriedade em que o caso vem sendo
apurado e que “nenhum esforço está sendo poupado para a elucidação do
caso Marielle e Anderson, cabendo ressaltar que todas as técnicas e
recursos disponíveis têm sido empregados no trabalho de investigação”.
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