A ex-presidente Dilma Rousseff também se manifestou. Ela questionou o fato de a delação ter sido divulgada a seis dias do primeiro turno das eleições presidenciais. Classificou a delação de “delação implorada” e disse que Palocci “inventa” ao dizer que as duas campanhas de Dilma à Presidência arrecadaram R$ 1,4 bilhão.
No Twitter, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse: “Moro divulga para imprensa parte da delação de Palocci. Não podia deixar de participar do processo eleitoral! A ação política é da sua natureza como juiz. Vai tentar pela enésima vez destruir Lula. Tudo que consegue é a autodestruição”.
Leia a íntegra da nota de Lula
“A conduta adotada hoje pelo juiz Sérgio Moro na Ação Penal nº
5063130-17.2016.4.04.7000 apenas reforça o caráter político dos
processos e da condenação injusta imposta ao ex-presidente Lula.
Moro juntou ao processo, por iniciativa própria (‘de ofício’),
depoimento prestado pelo Sr. Antônio Palocci na condição de delator com o
nítido objetivo de tentar causar efeitos políticos para Lula e seus
aliados, até porque o próprio juiz reconhece que não poderá levar tal
depoimento em consideração no julgamento da ação penal. Soma-se a isso o
fato de que a delação foi recusada pelo Ministério Público. Além disso,
a hipótese acusatória foi destruída pelas provas constituídas nos
autos, inclusive por laudos periciais.
Palocci, por seu turno, mentiu mais uma vez, sem apresentar nenhuma
prova, sobre Lula para obter generosos benefícios que vão da redução
substancial de sua pena – 2/3 com a possibilidade de ‘perdão judicial’ –
e da manutenção de parte substancial dos valores encontrados em suas
contas bancárias.”
Leia a íntegra da nota de Dilma
“Embora tenham sido feitas há quase sete meses, e rejeitadas pelo
Ministério Público Federal da Operação Lava a Jato, as delações sem
provas do senhor Antônio Palocci foram surpreendentemente acolhidas pelo
juiz federal da 13ª Vara de Curitiba, nesta segunda, e amplamente
divulgadas pela mídia, a exatos seis dias da eleição presidencial.
Dadas em abril deste ano, as declarações do senhor Palocci tentam
incriminar Lula, Dilma e outros dirigentes do PT, para obter o prêmio da
liberdade, da redução da pena e da posse de recursos os quais é acusado
de ter acumulado ilegalmente.
O desembargador João Pedro Gebran Neto, do TRF-4, já havia
sentenciado, em 21 de junho deste ano, que “não cabe neste momento
inicial o exame detido do conteúdo das declarações prestadas” por
Palocci. “Tampouco o momento da homologação é adequado para aferir a
idoneidade dos depoimentos dos colaboradores”.
Com isso, o desembargador suspendeu a tramitação do termo de
colaboração por três meses, para que Palocci apresentasse “à autoridade
policial elementos probatórios minimos de suas alegações”. O que ele não
fez.
É estarrecedor, portanto, que uma delação não aceita pelo Ministério
Público, e suspensa por um juiz de segunda instância, seja acolhida e
tenha tido seu sigilo quebrado por um juiz de primeira instância.
Sobretudo, neste momento em que o povo brasileiro se prepara para eleger
o presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e
deputados estaduais.
Em sua terceira tentativa de delação “implorada”, o senhor Palocci
inventa que as duas campanhas de Dilma à Presidência teriam arrecadado
R$ 1,4 bilhão. Trata-se de um valor absolutamente falso. Apenas a
hipótese de recursos tão vultosos não terem sido detectados evidencia o
desespero de quem quer salvar a própria pele.
Tal afirmação, pela leviandade e oportunismo delirantes, só permite
uma conclusão: que o senhor Palocci saiba onde se encontra R$ 1 bilhão,
já que o valor declarado e aprovado pelo TSE, é cerca de um terço disso.
O que fica evidente é que a negociação feita por essa delação implica
que o senhor Palocci, depois de pagar R$ 37,5 milhões, poderá “requerer
ou representar ao juiz pela concessão de perdão judicial”, tenha
reduzida “em até 2/3 (dois terços) da pena privativa de liberdade e/ou
sua substituição por restritiva de direitos” ou, ainda, “a suspensão do
processo e do prazo prescricional”.
Gópi e imprensa golpista.
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