Mais de três anos após a deflagração da Operação Dama de Espadas,
pelo Ministério Público Estadual, a ex-procuradora da Assembleia
Legislativa do Rio Grande do Norte e principal alvo do MPRN, Rita das
Mercês, será interrogada pela justiça estadual em 10 de dezembro deste
ano. No mesmo dia, está previsto o interrogatório do filho de Rita, o
advogado e ex-diretor do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e
Meio Ambiente (Idema), Gutson Johnson Giovany Reinaldo, denunciado na
Operação Candeeiro por desvios no órgão.
No dia 6 de dezembro serão ouvidos outros delatores envolvidos no
processo, que são Gustavo Villarroel (filho de Rita) e Tangriany de
Negreiros Reinaldo (nora), Mariana Morgana (neta), Maria Lucien Reinaldo
(irmã) e Maria Nilza (tia). No dia 11 serão ouvidos os demais acusados
no processo, que totaliza 26 pessoas que estavam supostamente ligadas ao
esquema de inclusão de funcionários fantasmas na folha de pagamento da
ALRN.
As datas foram marcadas durante a audiência de instrução realizada
nesta terça-feira (30), no plenarinho do Fórum Miguel Seabra Fagundes,
em Lagoa Nova. A audiência foi presidida pelo juiz Ivanaldo Bezerra, da
6ª Vara Criminal de Natal. O juiz disse que trata-se de um processo
“complexo” e que ocorre dentro do tempo previsto para esse tipo de ação,
com mais de 20 acusados e dez advogados de defesa. Após o
interrogatório dos acusados, o juiz abrirá prazo para alegações finais
da defesa e do Ministério Público. A sentença será dada após essas
etapas.
Nesta terça-feira, foram ouvidas testemunhas de Eudes Martins de
Araújo e Jussana Porcino Reinaldo. Evaldo Gonçalves, tio de Eudes e João
Carlos Araújo, primo do acusado, afirmaram que não tinham conhecimento
de que ele trabalhava na Assembleia Legislativa ou que participava de um
suposto esquema com funcionários fantasmas. A tese da defesa é de que o
nome de Eudes tenha sido incluído na folha de pagamento à relevelia.
Rita das Mercês foi presa em agosto de 2015, em decorrência da
Operação Dama de Espadas, comandada pelo MPRN. Ela foi solta três dias
depois. Ela responde o processo em casa, em Natal. Aposentada já após a
deflagração da Operação, Rita das Mercês recebeu da ALRN, R$ 30.471,11
brutos em maio deste ano, de acordo com o Portal da Transparência do
órgão.
Segundo delatora, Robinson Faria era o principal beneficiário do esquema.
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