Em um jantar no início de maio, Jair Bolsonaro (PSL)
respirava fundo enquanto empresários e jornalistas falavam. Em um
esforço de autocontrole, o presidenciável juntava as mãos em formato de
triângulo perto da boca ao ouvir as opiniões dos comensais. “Quantas
vezes esperei vocês terminarem de falar? Antes, interrompia sempre”,
explicou-se, no evento do site Poder360.
Bolsonaro ganhou seguidores graças a seu comportamento feroz, mas
percebeu que precisa segurar os impulsos para aumentar suas chances na
eleição. Na pré-campanha, o ex-capitão começa a ensaiar um tom moderado.
Se vencer, governará com os braços agitados de sempre ou com as mãos em
frente à boca?
O candidato do PSL é imprevisível. Num dia, critica o bloqueio de rodovias.
Depois, faz uma defesa enfática dos caminhoneiros parados nas estradas.
Passadas 24 horas, diz que o movimento passou dos limites.
Esse é um mala.
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