Um agente de Polícia
Civil e dois policiais militares foram denunciados pelo Ministério
Público do Rio Grande do Norte (MPRN) por homicídio, extorsão e assaltos
registrados em Ceará-Mirim, cidade da Grande Natal. Além deles, outras
cinco pessoas foram denunciadas por envolvimento na execução de Geovane
Ricardo Pereira dos Santos, crime cometido em 11 de junho do ano passado
na zona rural do município. Todos os denunciados, que já são réus em
ação penal, estão presos.
De acordo com a denúncia,
os oito são suspeitos de integrarem um “grupo de extermínio com forte e
contundente atuação no município de Ceará-Mirim e em suas adjacências,
que conta com expressiva participação de integrantes de forças públicas
de segurança (policiais militares e civis), além de agentes de segurança
privada e vigias de rua”.
Ao grupo é atribuída a
“vertiginosa escalada de crimes e violência” em Ceará-Mirim, que se
tornou ainda mais alarmante depois do assassinato do sargento PM Jackson
Sidney Botelho, em 20 de fevereiro do ano passado, em uma lanchonete na
zona central da cidade. A morte do sargento Botelho foi objeto de
inquérito da Polícia Civil e foram denunciadas quatro pessoas por
envolvimento no homicídio. O sargento Botelho era apontado como líder do
grupo de extermínio.
As suspeitas sobre a
existência de uma milícia ou organização criminosa na cidade foram
fortalecidas com a deflagração da operação Limpidare, da Força Nacional,
em 16 de agosto de 2017. Ainda na denúncia, o MPRN ressalta que “apesar
da intensa atuação que resultou na prisão de boa parte de seus
integrantes, os membros do grupo criminoso ainda em liberdade tratam de
continuar a impor o medo e a extrema violência às pessoas que são seus
alvos, ensejando a continuação do terror”.
A
execução de Geovane Ricardo Pereira dos Santos foi motivada por ele anos
atrás ter supostamente participado de um furto de galinhas na granja do
pai de um dos PMs denunciados. Ele foi morto a tiros por volta das 3h
de 11 de junho de 2017, na rua da Casa da Farinha, zona rural de
Ceará-Mirim.
De acordo com as investigações,
Geovane teve a casa invadida por homens armados e encapuzados e, em
seguida, foi obrigado a indicar a residência de um homem que seria
comparsa dele no furto das galinhas Esse homem não estava no local.
Geovane foi assassinado na frente dessa casa.
Além
de matarem Geovane dos Santos, os denunciados também roubaram a casa
dele, levando aparelhos de TV, celulares, tablet, aparelho de som e
botijões de gás. Na casa do comparsa, os denunciados extorquiram os
familiares dele, inclusive a avó desse homem. Antes de deixarem o local,
os criminosos roubaram uma TV, um relógio, dois celulares, sandálias,
tênis e a quantia de R$ 50.
Essa é a quinta
denúncia oferecida pelo MPRN contra integrantes do grupo de extermínio
que atua em Ceará-Mirim. Até o momento, 15 pessoas foram denunciadas por
envolvimento com os crimes cometidos pelo grupo após conclusão de
inquéritos e indiciamento pela Força Nacional de Polícia Judiciária,
sendo que algumas delas foram denunciadas mais de uma vez.
7ª fase da Limpidare
Na
quinta-feira (10), policiais da Força Nacional, com o apoio da Divisão
de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) e da Divisão Especializada em
Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor), prenderam cinco
pessoas durante a 7ª fase da operação Limpidare. Na ação, foram
cumpridos 12 mandados de busca e apreensão, 3 de prisão preventiva e
foram realizadas duas prisões em flagrante por posse ilegal de arma de
fogo de uso restrito. Dois dos presos são policiais militares.
Nesta
fase da operação, foram apreendidas duas pistolas de calibre .380,
munições do mesmo calibre, uma espingarda artesanal, uma espingarda de
pressão, um colete de propriedade da Polícia Militar do RN e ainda
celulares, roupas, capuz, dinheiro, celulares e equipamentos
eletrônicos.
Outros crimes atribuídos à mesma
organização criminosa continuam sendo investigados pela Força Nacional,
com apoio do MPRN, através do Grupo de Atuação Especial de Combate ao
Crime Organizado (Gaeco).
MPRN.
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