O presidente da
Venezuela, Nicolás Maduro, foi alvo de novas repreensões internacionais após o
órgão eleitoral anunciar sua reeleição
na noite de domingo em uma votação denunciada como uma fraude que
solidifica a crise político-econômica no país. Aos 55 anos, o sucessor
de Hugo Chávez obteve sua vitória "contra o imperialismo", mas seus
principais opositores não reconheceram o resultado e o pleito teve a sua
menor taxa de comparecimento às urnas (46%) desde a chegada do chavismo
ao poder, em 1999. Logo nas primeiras horas após a divulgação do
resultado, pelo menos quatro países não reconheceram o resultado, e
blocos regionais realizavam consultas para estudar posições conjuntas.
Considerando a votação uma "farsa", os Estados Unidos não
reconheceram as eleições que dão um novo mandato de seis anos a Maduro e
ameaçam impor mais sanções ao país, sobretudo contra o setor
petroleiro, já em profunda crise devido a forte queda da produção, falta
de profissionais e deterioração da infraestrutura.
"A farsa eleitoral não muda nada", escreveu o secretário de Estado
americano, Mike Pompeo, no Twitter. O senador republicano Marco Rubio,
forte crítico de Maduro, clamou pelo isolamento do presidente
venezuelano e disse que apoia "todas as opções políticas" para que o
país retome o caminho da democracia.
Num duro comunicado, o Grupo de Lima — integrado por Argentina,
Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana,
Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia — não reconheceu o
pleito e concordou que membros do bloco reduzam o nível diplomático de
suas relações com a Venezuela, além de coordenar ações para evitar que
organizações financeiras concedam empréstimos ao país, exceto em casos
de ajuda humanitária.
Em sua crítica, o presidente chileno, Sebastián Piñera, foi contundente sobre o resultado:
— A eleição na Venezuela não cumpre os padrões mínimos da verdadeira
democracia — criticou. — Como a maioria das nações democráticas, o Chile
não reconhece essas eleições.
Seu posicionamento foi seguido pelo Panamá e Costa Rica, que disseram
logo após o resultado que também não reconheceriam a reeleição.

k
Ditadura na pauta!
Registe-se aqui com seu e-mail
ConversãoConversão EmoticonEmoticon