Ausentes do ato político que antecedeu a
apresentação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Polícia
Federal, o presidenciável Ciro Gomes (PDT) e o presidente do partido,
Carlos Lupi, querem visitar o petista na prisão. Ao Broadcast Político,
serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, Lupi disse que
pretende ir a Curitiba esta semana e que fará uma visita de
solidariedade ao “ser humano” Lula.
O dirigente disse que está
aguardando a chegada de Ciro dos Estados Unidos, onde participou de
evento promovido pela Universidade de Harvard. Ciro tem uma agenda hoje à
noite em Porto Alegre (RS) e nesta terça, 10, participará de palestra
na Universidade do Vale do Itajaí (SC). A ideia é saber primeiro quais
são os procedimentos de visita exigidos pela PF. “Compete agora a nós
termos solidariedade ao ser humano, que no meu modo de ver, está sendo
injustiçado e sendo condenado por algo que não tinha prova cabal
nenhuma”, declarou.
Lupi, que estava no Pará e não compareceu ao
ato político em São Bernardo do Campo, reclamou que os pedetistas não
podem ser criticados por não participar do evento. “Eles esquecem toda a
solidariedade que prestamos. Até poema eu fiz, coloquei na página do
partido, o Ciro fez uma nota. A vida toda prestamos solidariedade. Por
que não vai num dia, como eles queriam, não presta mais? Eu prefiro não
considerar, prefiro achar que isso é do calor da emoção do momento
difícil”, respondeu. O dirigente negou que a intenção da visita seja
agora tratar de possíveis alianças, já que a candidatura de Lula está
inviabilizada.
O presidente do PDT voltou a dizer que, apesar das
especulações sobre como vai caminhar o bloco de esquerda na eleição
presidencial, a candidatura de Ciro é irreversível. Lupi negou que a
ausência do pré-candidato no ato político do último sábado (7)
signifique um distanciamento estratégico dos petistas e revelou que o
bloco está articulando a divulgação de um novo manifesto programático
pela unidade dos partidos de esquerda. “Como é que a porta pode estar
fechada (para o Ciro)?”, declarou.
Entre os tradicionais aliados do
PT, o PDT se descolou da estratégia adotada por PSOL e PCdoB, que se
alinharam aos petistas na defesa de Lula antes de sua prisão. À
distância, Ciro deu declarações de apoio ao ex-presidente, enquanto
Guilherme Boulos (PSOL) e Manuela D’Ávila (PCdoB) estavam no palanque e
na “trincheira” do petista em São Bernardo do Campo (SP).
Lupi
disse que é cedo para avaliar quem herdará o espólio eleitoral de Lula,
mas ele acredita que, se a maior parte do eleitorado do ex-presidente
está no Nordeste, Ciro deve herdar os votos do petista na região. “Se
mais de 50% da base do Lula é no Nordeste, o mais bem colocado e o que
tem a postura política mais próxima do centro-esquerda é o Ciro, é
natural que ele herde esse voto em sua maioria, mesmo o PT tendo
candidato”, previu.
Ciro querendo ganhar votos.
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