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* Artigo de Carlos Eduardo na Tribuna do Norte (04).

No limiar de 2018, mais do que nunca se impõe uma reflexão sobre os rumos da economia com as consequências gravosas para a administração pública. Voltando no tempo, todos lembram o caos que tomou conta de Natal ao final de 2012 devido a uma administração desastrosa. O ano escolar nem chegou ao fim, fez-se necessária uma operação emergencial de tapa-buraco em mais de 500 ruas e avenidas, a coleta de lixo foi reforçada para eliminar o acúmulo, a saúde se encontrava em colapso absoluto, todos os projetos sociais paralisados, as obras de mobilidade estavam praticamente perdidas por falta de projetos e era preciso resgatá-las.

Com tenacidade e capacidade de gerenciamento revertemos o quadro. Enfrentamos e vencemos aquela situação. Para tanto foi adotada uma política de austeridade. Reduzimos a frota, cortamos celulares, linhas fixas de telefonia, viagens, diárias, combustível, renegociamos contratos. Reduzimos o tamanho da Prefeitura eliminando Secretarias e órgãos da administração indireta. Assim extinguimos cerca de 300 cargos comissionados e funções gratificadas. Finalmente, contratamos a consultoria Falconi que, entre outras medidas nos orientou no sentido de uma auditoria interna na folha de pessoal. Enfim, sem estardalhaço, fizemos nosso dever de casa e enxugamos ao máximo a máquina administrativa.

Como resultado, chegamos em 2014 a investir R$ 577 milhões. Estávamos no rumo certo. Aí uma série de medidas atrapalhadas e sem rumo, adotadas pelo governo federal na gestão da então presidente Dilma Roussef, nos levou a uma crise econômica que implicou na recessão mais cruel da nossa história. O desemprego ganhou patamares nunca vistos. A economia contraiu-se e vivemos a estagnação. É evidente que tamanha mudança econômica teve profunda repercussão nos Estados e municípios, que se tornaram reféns de uma nova ordem financeira. Registramos uma frustração de receitas de quase R$ 170 milhões entre 2015 e 2016. Aqui havia gestão, havia seriedade no trabalho, mas já não havia receita suficiente. Apesar de todos os nossos esforços, com a queda das receitas e o crescimento vegetativo da folha, chegou a 54,96%  o comprometimento das despesas de pessoal em relação a receita, acima do limite previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal.

O ordenamento legal determina a demissão de pessoal quando se chega a essa situação, mas sem querer agravar o quadro de desemprego já tão cruel, buscamos um Termo de Ajustamento de Gestão junto ao Ministério Público de Contas e passamos a adotar um conjunto de medidas amargas, reconheço, mas necessárias. Comprometemos-nos a não conceder aumento ou reajuste de remuneração ou qualquer alteração de estrutura de carreira que implicasse aumento de despesa com o pessoal, fizemos o censo dos servidores, voltamos a auditar a folha, além de outras medidas para frear o aumento da despesa com pessoal, e de outro lado trabalhamos na busca de receitas com a proposta de uma legislação tributária mais adequada ao momento atual, mas sem aumentar a carga tributária.

Sem descuidar do controle rigoroso e diário dos gastos públicos, podemos afirmar neste momento que, graças a uma gestão austera e atenta, reduzimos o comprometimento de gastos com pessoal para 51,7%, pouco acima do limite prudencial de 51,3%, meta que continuamos a perseguir. Hoje, Natal está em dia com o pagamento dos servidores, inclusive aposentados e pensionistas. A adversidade nos estimulou a buscar novas soluções para o gerenciamento da cidade.  Iremos manter essa política permanente de corte de despesas para evitar desperdícios do dinheiro público. Por isso mesmo, Natal não parou. Agora, com otimismo e muita seriedade, podemos afirmar que Natal jamais sairá dos trilhos.

Carlos Eduardo - Prefeito de Natal.
Em campanha para o governo.

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