Em reunião realizada na manhã desta sexta-feira (06), entre a
Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte – FEMURN, conjuntamente
às prefeituras de Acari, Angicos, Apodi, Canguaretama, Caraúbas, João
Câmara e São Paulo do Potengi, e a Secretaria de Estado da Saúde Pública
do RN (SESAP-RN), o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do
Estado do RN – COSEMS, Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) e
Tribunal de Contas do Estado (TCE/RN), foi debatida a reestruturação
dos hospitais no interior do Estado. Os municípios que participaram do
encontro sediam hospitais que serão reestruturados por um TAC – Termo de
Ajustamento de Conduta entre MPRN e SESAP-RN.
O encontro aconteceu no Auditório Agnelo Alves, na sede da FEMURN, em
Natal, e reuniu representantes dos sete municípios afetados pelo TAC,
entre prefeitos, gestores e equipes das secretarias de saúde. O
Secretário Estadual de Saúde, George Antunes, a promotora de Defesa da
Saúde, Iara Pinheiro, e o Deputado Estadual Raimundo Fernandes (PSDB)
também participaram do encontro.
Para o Presidente da FEMURN, Benes Leocádio, a reunião fortalece a
discussão sobre o reordenamento dos hospitais, e assegura o diálogo em
prol do acesso à saúde pública para os cidadãos: "É um encontro muito
importante para todos nós que estamos acompanhando essa discussão há um
tempo, e devemos chegar a um consenso. Há um apelo muito grande da parte
dos gestores e das pessoas que habitam nas cidades [afetadas pelo TAC]
com o que poderá acontecer, e essa oportunidade de dialogar com a SESAP,
com o Ministério Público e o movimento municipalista do RN é ideal para
que se chegue a um denominador comum, pois os municípios não podem
perder, nem diminuir o que já conquistaram com tanta luta", afirmou
Benes.
O presidente da FEMURN lembrou a responsabilidade da Federação no
auxílio à discussão: "É uma responsabilidade nossa participar, unir os
entes, pois sabemos as dificuldades e limitações que hoje os municípios
têm.", assegurou o Presidente da Federação. Neste encontro, as gestões
expuseram suas queixas sobre a aprovação do TAC, apresentaram dados
sobre a importância dos hospitais, e a superlotação nas unidades que
atenderão a demanda da saúde pública dos sete municípios após a
perfilização entrar em vigor.
Opinião dos gestores
Para o Prefeito de Apodi, Alan Silveira, o reordenamento do hospital
no município afeta a saúde pública da região oeste inteira: "Com o
fechamento do hospital em Apodi, além de ficar sem o pronto socorro,
ficaremos sem a parte de internamento para colocar os pacientes de nossa
cidade e de cidades vizinhas que vão até lá, até mesmo como os
pacientes de Pau dos Ferros que vão para Mossoró, e param em Apodi para a
estabilização e então serem encaminhados", lembrou o Prefeito. Segundo
Alan, a prefeitura está disposta ao diálogo com a Secretaria Estadual de
Saúde para evitar o reordenamento no município: "Apresentamos nossa
proposta e eu creio que, se tudo ocorrer bem, teremos como fazer uma
gestão compartilhada", considera o gestor.
Alan também lembrou as manifestações que ocorreram na cidade contra o
fechamento do hospital: "O povo de Apodi é um povo muito forte, que
gosta de lutar. Não é questão política, é uma questão popular, e foi o
que nos levou ao diálogo com a SESAP", afirmou.
A prefeita de Canguaretama, Fátima Marinho, criticou o reordenamento:
"Eu acho que o ideal seria não fechar os hospitais, até pela
dificuldade do atendimento da saúde. A partir do momento que se reordena
o propósito desses hospitais, isso afeta principalmente as pessoas mais
pobres, que têm que se locomover ainda mais. Penso que deve haver um
consenso, pois o impacto é grande. Desde que se noticiou sobre o
fechamento desses hospitais, a população se mobilizou contra e desde
então temos tido reuniões, e agora, após esse encontro, torço que
tenhamos uma boa decisão que atenda os anseios da população.",
considerou a gestora.
Reunião entre gestores.
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