Um mês após a votação que barrou o prosseguimento da denúncia por
corrupção passiva contra o presidente Michel Temer, o cenário que se
desenha na Câmara é de incerteza e dispersão da base diante da iminência
da apresentação de um nova acusação formal da Procuradoria-Geral da
República tendo como alvo o peemedebista.
A avaliação de
parlamentares é de que, em 02 de agosto, Temer saiu vitorioso ao
conseguir barrar o prosseguimento da denúncia, mas com um placar no
plenário que deixa implícita a dificuldade de manter a governabilidade.
Foram 263 votos a favor, número pouco acima dos 257 votos que garantem
maioria simples, necessária para aprovar projetos de lei, por exemplo.
Entre
integrantes da base aliada, a queixa mais frequente é a de que o
governo ainda não pagou a “conta” da denúncia e terá pouco a oferecer
caso a Procuradoria-Geral da República apresente uma segunda acusação
formal. A fatura cobrada pelos deputados que livraram Temer de ser
afastado do cargo para ser investigado envolveu tanto a distribuição de
cargos e recursos, por meio da liberação de emendas, quanto a promessa
de intermediação do presidente em questões regionais e partidárias.
A
demissão de indicados de deputados que votaram contra Temer foi uma
tentativa do governo de agradar à base, mas há um sentimento,
especialmente entre deputados do PP, PR e PSD, que compõem o chamado
Centrão, de que eles não foram recompensados à altura do que fizeram
pelo presidente. Para integrantes do grupo, Temer perdeu capital
político ao não cumprir promessas e enfrentará um ambiente menos
favorável no caso de uma segunda denúncia ser apresentada.
Temer na mira.
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