Coordenador da força-tarefa da Operação Lava-Jato, o procurador
Deltan Dallagnol recebeu R$ 219 mil por 12 palestras no ano passado.
Dallagnol afirmou que a atividade de dar palestras, inclusive as
remuneradas, é “legal, lícita e privada” e autorizada por resoluções do
Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e do Conselho Nacional de
Justiça (CNJ). O procurador negou que esteja usando as investigações da
Lava-Jato para enriquecimento pessoal.
“Nas minhas palestras não faço menções específicas a corruptos. Não
me alongo em casos específicos. Eu trato sobre corrupção. Embora a
atividade de dar palestra seja legal, lícita e privada, autorizada por
resoluções do Conselho Nacional do Ministério Público e do Conselho
Nacional de Justiça, decidi, por decisão própria, voluntária, destinar
todos os valores que seriam recebidos em palestras para uma entidade
filantrópica”, afirmou o procurador na noite desta quinta-feira a
jornalistas, depois de dar uma palestra patrocinada pela XP
Investimentos, na capital paulista.
Na quarta-feira, a Corregedoria Nacional do Ministério Público
instaurou um procedimento para investigar a comercialização de palestras
por Dallagnol.
Dallagnol não quis falar qual o cachê recebido pela palestra na noite
desta quinta-feira no Expert 2017, “o maior evento da América Latina
para a indústria de investimentos”, conforme descrição da XP
Investimentos. O ingresso para o evento custa R$ 800. O procurador, no
entanto, disse que prestará as informações à Receita Federal e que em
2018 divulgará o valor total recebido neste ano. “Não falo sobre
contratos específicos porque eles têm cláusulas de confidencialidade.
Não posso expor o contratante”, afirmou.

Faturando em cima da "corrupção'.
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