Numa entrevista em que se emocionou ao menos duas vezes, a
governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini (DEM), se disse
traída pelo senador José Agripino Maia, presidente nacional e estadual
do DEM, que vetou sua candidatura à reeleição no último domingo para
apoiar o pré-candidato do PMDB ao governo, deputado federal Henrique
Alves, e a pré-candidata do PSB ao Senado, Wilma de Faria – arquirrival
política de Rosalba.
“De certa forma, o DEM está com essa posição me descartando, me
dispensando. De certa forma, sim, me sinto traída, porque era um direito
que eu tinha e isso não se faz com ninguém”, disse a governadora, em
entrevista esta manhã ao jornalista Diógenes Dantas, na FM 96.
“Eu considero que era um direito legítimo. Eu tinha um cargo, um
mandato, e é um direito, a Constituição me dá esse direto. Mas, o
diretório do partido… Usaram de todas as artimanhas para que eu não
fosse candidata. Por que não ter o direito de mostrar ao povo o que fiz?
De ser julgada pelo próprio povo? Isso me deixa indignada, revoltada.
Mas o tempo é o senhor da razão e vai mostrar muita coisa”, alertou.
As críticas da governadora centraram-se na figura do senador José
Agripino, aliado de mais de 50 anos, segundo ela, a quem ela reputou
como alguém que “considerava amigo”. “Realmente a situação foi muito
constrangedora, traumática, até humilhante”, disse Rosalba, afirmando
que lutou para ser candidata. “Lutei até onde pude lutar, não fugi da
luta, como nunca fugi na minha vida. Era um direito que eu tinha e fui.
Fui ao diretório, fui à convenção. Mas, infelizmente, esse foi o
resultado, lastimável, para um partido que tem um nome democrata”,
declarou.
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