O combate à pobreza não assegura a redução da violência nem a da
taxa de homicídios no Brasil, conforme informação do estudo Avanço no
Socioeconômico, Retrocesso na Segurança Pública, Paradoxo Brasileiro?,
do professor doutor Luis Flávio Sapori, coordenador do Centro de
Pesquisas de Segurança Pública da Pontifícia Universidade Católica de
Minas Gerais (PUC-MG). O estudo usa dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), do Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea) e das Nações Unidas.
Para Sapori, é fundamental
as autoridades observarem três fatores que levam à violência e que não
têm relação direta com a pobreza. “É preciso desfazer esse senso
comum de que combatendo a pobreza quase que de maneira imediata será
possível reduzir a violência e a taxa de homicídios no país”, destacou o pesquisador. “Não é assim que funciona”, acrescentou. “A
consolidação das nossas instituições democráticas e de uma efetiva
justiça social dependem da nossa capacidade de controlar a criminalidade
que vitimiza amplos segmentos da população, em especial os mais pobres”.
Os
fatores que contribuem para o aumento da violência e, consequentemente,
para a elevação da taxa de homicídios, mencionados na pesquisa de
Sapori, são a consolidação do tráfico de drogas, principalmente o
consumo de drogas, os elevados níveis de impunidade e a necessidade de
adoção de medidas mais eficientes para combater os dois aspectos
anteriores. “O que preocupa é como o governo trata a questão da violência e a questão da pobreza e da miséria”, ressaltou Sapori, que deverá publicar o estudo na revista Desigualdade e Diversidade, da PUC-MG. “É preciso repensar o que tem sido feito e como agir. A pesquisa mostra que, apesar dos ganhos sociais, a violência aumenta”.
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